E aí pessoal? Aproveitando o feriado? Nada como esse tempinho para recuperar as energias!
Último post eu compartilhei meu "aporte médio" e algumas pessoas ficaram curiosas para saber como cheguei nesse patamar. Então resolvi fazer um post "dedicado" a esse assunto.
Para chegar nesse valor alto, é importante lembrar do seguinte:
1) Você não chegará nesse valor do dia para noite. Cada 50 reais de aumento no valor de aporte serão celebrados e os chamados "baby steps" (passos de bebê) é a verdadeira realidade quando falamo sem aumento dos aportes. Vou explicar o porquê disso fazendo um paralelo com o meu caso.
2) Sacrifícios, muitos sacrifícios serão necessários. Abrir mão de estar nos melhores bares/baladas da cidade, viagens internacionais todos os anos, roupas da moda, etc, etc.
3) No início você não verá que está tendo resultados. Aportes pequenos no início vão parecer que você não está caminhando, mas você está!!! Mantenha o passo firme rumo à IF independente do valor do aporte. Aporte o máximo que você pode naquele mês. Não despreze pequenos valores.
Posto isso, vamos ao meu caso:
Desde muito jovem eu me preocupo com dinheiro. Não tive uma infância miserável, mas tive uma infância que recebi muitos "nãos" e alguns deles foi devido à falta de dinheiro. Traumas superados, cresci saudável e decidi que um dia na minha vida eu não ia mais me preocupar com ele. Mas até lá, eu tinha que focar muito em acumular o chamado dinheiro.
Pois bem, tudo mudou em uma aula na escola em que descobri o poder dos juros. O poder do % sobre %. E fazendo algumas contas no meu caderno, cheguei à conclusão que o chamado 1 milhão de reais eram suficientes para eu viver com 10k (na época a poupança dava 1% ao mes! hahaha) para o resto da minha vida. Lógico que naquela época eu nem conhecia a inflação e uma série de outros fatores, mas foi a primeira vez que me lembro que me atentei para a IF.
A partir desse dia, minhas escolhas eram muito baseadas em acumular dinheiro para chegar no tal 1 milhão. Minha escolha profissional (fiz um curso que eu pudesse trabalhar em empresas) foi pautada em qual profissão eu teria uma gama maior do mercado de trabalho, retorno mais rápido e probabilidade de retorno maior. Não digo aqui que a escolha foi acertada, ok? Só digo que eu fiz uma escolha de profissão extremamente racional e não sei se hoje em dia concordo com ela (acho que não na verdade).
Pois bem, escolhida a profissão que eu iria seguir (a que me daria o retorno mais rápido, com a menor chance de eu ficar "desempregada" e com potencial de ganho mais alto), prestei vestibular e me dediquei como nunca aos estudos.
Quando falo que me dediquei como nunca aos estudos, quero dizer que eu tratava os estudos como se fossem meu trabalho, como se fosse a chance que eu tinha de ganhar mais dinheiro. O resultado chegou e eu passei em uma universidade pública (podem imaginar a alegria dos meus pais em não ter que pagar 1 centavo para eu estudar na faculdade).
No início do curso eu não poderia fazer estágio, mas queria muito começar a trabalhar para acumular um capital. Foi então que consegui uns trabalhos como free-lancer (ganhava uns 100 reais por mês, mas achava ótimo). No terceiro ano da faculdade é que de fato eu comecei a estagiar (e ganhar 1.000 reais ao mês).
Parte mais importante deste post:
Foi aí que eu comecei a tratar a minha carreira como a parte mais importante da minha vida. Eu vi que se eu me dedicasse de fato e tratasse aquele estágio como algo muito importante, eu seria efetivada e poderia progredir. E foi assim que eu fiz. 10 meses depois fui efetivada e comecei a me desenvolver como profissional.
Sempre trabalhei em empresas privadas, então apesar de muitos curiosos acharem que tenho alguma carreira "fora da curva", não, eu não tenho. Comecei nesse estágio e passei a me dedicar muito ao trabalho (como podem ver, ainda me dedico...hehehe) e meu salário foi crescendo aos poucos. Me lembro até hoje da evolução dele:
Estágio (1.000 reais) -> assistente (2.300 reais) -> analista junior (2.600 reais) -> analista junior (2.800 reais) -> analista junior (3.000 reais).....
Foi aos poucos que eu tive uma evolução salarial no meu antigo empregador. Fui subindo de salário, de 300 em 300 reais, até chegar em um patamar que eu considerei baixo para quem já tinha mais de 5 anos de companhia.
Nessa época, tive uma verdadeira "crise" do setor privado e pensei em prestar concurso público. Me matriculei em um cursinho, paguei e comecei a estudar aos sábados para o concurso. Prestei alguns, cheguei bem perto de passar em 1, mas não consegui. Foi aí que surgiu a oportunidade de eu mudar de emprego.
Uma antiga chefe minha, que gostava do meu trabalho (isso é importantíssimo, construir sua "marca" no mercado profissional), me chamou para trabalhar com ela em uma empresa de um ramo totalmente diferente da que eu trabalhava, em um movimento "lateral" (sem promoção, mas com um certo aumento de salário).
Naquele momento, depois de mais de 5 anos de empresa, totalmente desanimada e querendo ir até para o setor público, eu optei por mudar. Eu senti que esse novo emprego poderia ser um novo começo para mim no setor privado e, mesmo sem grandes ganhos, eu optei por ir.
Meu antigo empregador fez até uma ótima contra-proposta, mas fiquei firme e mudei porque sentia que eu deveria mudar. E foi a melhor coisa que me aconteceu.
Me dediquei nessa nova empresa como nunca e comecei a ganhar a confiança de alguns colegas/chefes. Dei uma certa sorte porque substitui pessoas que eram muito "ruins" então qualquer coisa que eu fazia, eu era muito elogiada.
O que de mais "acertado" eu fiz nessa mudança? Construí relacionamentos bons com todos que trabalhavam comigo. Me concentrei em dar o melhor de mim em todos os trabalhos. Aos poucos, foram me dando mais responsabilidades e mais trabalho e eu não neguei em momento algum isso.
Conclusão:
4 meses após minha mudança de emprego, fui promovida
A cada 6 meses recebi algum aumento (não só de grana, mas de trabalho também...hehehe)
No início deste ano fui promovida novamente (e recebi uma carga de responsabilidade absurda)
Comecei no meu novo emprego com X salário e, 2 anos depois, eu estava com o dobro disso. Hoje estou com um salário 2.5x maior do que quando eu iniciei. E ainda não completei 3 anos de casa.
Trabalho muito (vocês veem) e fiz a escolha de abrir mão de muita coisa da minha vida pessoal para obter esse "ganho". São escolhas da nossa vida. Recomendo a você isso? Depende. Eu tenho uma certa pressa de chegar lá (IF) o quanto antes e estou disposta a abrir mão de uma série de coisas para isso. Será que você está? Eu consigo ver felicidade sendo assim, não sei se você verá. Eu me sinto feliz vendo meus montantes de dinheiro crescendo a cada semana, mas abri mão de ter viagens internacionais neste ano e no ano passado. Você está pronto para isso?
De verdade, não acredito numa receita de bolo. Acredito sim que se você quer ter aportes grandes precisa se dedicar. Precisa abrir mão de certas coisas. Mas será que o aporte alto é o melhor caminho para todos? Não acho. Você não precisa se aposentar aos 35 anos. Você pode se aposentar aos 45 e tudo bem.
Até quando quero seguir neste ritmo? Acho que aguento só mais alguns anos. Não é fácil. E não acho sustentável. Deixei muitas coisas de lado para conquistar um bom salário e agora quero começar a pisar no freio.
Para mim, foi este o caminho de muito foco, muito sacrifício e muita dedicação para chegar onde estou. E você, qual caminho quer seguir?
Até mais!