É meus amigos, bem vinda à RV literalmente. Acho que sempre evitei voltar à RV porque eu gosto muito de ver a evolução patrimonial de forma constante, não tenho muito sangue frio para variações negativas.
Mas também acho que com um patrimônio do tamanho do meu, eu preciso experimentar novas opções de investimentos. Não posso continuar eternamente dependendo da RF e aportando de maneira frugal para crescer. Preciso apostar em conhecimento, em longo prazo, em variações. Fato é que + ganhos = + riscos.
E estou falando sobre isso porque estou experimentando neste momento algumas baixas em alguns FIIs e ações. Algo na ordem de 1k de perda se considerarmos todos os papeis, isso na última 1,5 semana. Para quem está contando cada moedinha pra chegar no 1 milhão o mais rápido possível e poder viajar com a consciência tranquila de "já atingi o primeiro patamar de tranquilidade", isso tem sido o pesadelo.
Eu sei que valorizações e desvalorizações principalmente são ciclos e que estou no meio de um e que muito provavelmente no longo prazo os ganhos serão superiores. É difícil dar esse "zoom out" e olhar por essa perspectiva quando você está ansioso para o número do fechamento deste mês. E eu sei que o fechamento deste mês não é nada, perto de um caminho gigante de poupança e investimentos.
Esse post é mais para um desabafo mesmo. Um desabafo com uma mistura de reflexão, porque quando escrevemos e colocamos nossas idéias em um papel (ou blog), vemos as coisas com mais claridade e usamos mais a razão. E isso é tudo que precisamos quando estamos com a emoção falando mais alto.
Mudando um pouco de assunto, vejo que alguns colegas discutindo e até criando blogs para falar sobre aportes menores. Sim, meus aportes são gigantes, me orgulho disso e às vezes nem eu mesma acredito. Mas nem sempre foi assim e a mensagem que quero deixar é de que é aos poucos que começamos.
Meus aportes começaram quando eu tinha 1 dígito de idade, quando eu resolvi aguardar parte dos presentes em dinheiro que recebia de uma tia. Depois, quando arranjei meu primeiro emprego, comecei a ter o hábito de poupar parte do que eu ganhava, nem que fosse 50 reais. E aí que eu fui criando o hábito de poupar e também de ver aquele montinho de dinheiro crescendo.
Quando eu finalmente entrei no mundo formal do trabalho, no meio da faculdade, eu conseguia poupar muito pouco ainda. Mas já estava com aquele hábito. Me lembro de ir colocando algo em torno de 100 reais na poupança mesmo e vendo muito pouco esse dinheiro crescer. Mas ele crescia e me dava a motivação necessária para ir fazendo isso.
De pouco em pouco, eu fui crescendo meu montante. Mas confesso que eu demorei uma vida inteira (digamos até uns 25 anos) para juntar o que eu demoro hoje um ano ou até menos. E o que fez a diferença nisso foi o aporte. Eu reparei nessa idade que eu gostava do meu emprego, tinha uma vida equilibrada e feliz, mas ganhava pouco. E eu achava que precisava ganhar mais.
Foi aí que fui em busca de fazer curso para concurso. Naquela época, eu achava que uma carreira qu eme pagasse 10k e até 15k (se eu desse muita sorte) resolveria a minha vida. Estudei por 1 ano e não sei se o foco em ganhar mais fez com que eu arranjasse um emprego que me pagasse mais também. Mudei de emprego e abandonei a ideia do concurso.
E aí vem um pouco da história que vocês já conhecem, me foquei muito em performar muito bem nesse novo emprego que cresci de forma rápida nele. Até chegar na oportunidade que estou hoje que também deu mais uma guinada nos meus aportes.
Moral da história: o valor dos pequenos aportes no início é fundamental, nem tanto pelo valor em si, mas por você dar o primeiro passo e entender o hábito de poupar. Após alguns anos evoluindo com esses pequenos valores e vendo que o montante final te dá um conforto, uma tranquilidade, mas não resolve a sua vida, é necessário buscar alguma maneira de aportar mais. E digo isso no meu caso, porque meu sonho de fato é parar de trabalhar na iniciativa privada o mais rápido possível e curtir a vida na sua totalidade.
Um contraponto: não sei se isso cabe para todos. Ao mudar de emprego, eu realmente comecei a me dedicar muito mais para o trabalho. Não posso dizer que fiquei infeliz, mas deixei de curtir a vida todos os dias da maneira que eu fazia antes, pois o novo trabalho me exigia mais. Passei pouco mais de 3 anos nesse lugar, da onde eu sai no final do ano passado. O novo emprego me exige um pouco menos, mas ainda me exige porque estou no início dele, principalmente. Para quem quer levar a vida mais leve e não quer parar tão cedo, talvez o caminho não precisa ser tão agressivo.
Eu não me arrependo das escolhas que fiz, confesso que minha tranquilidade hoje é enorme por pensar no valor que tenho poupado. E essa tranquilidade só vai aumentar. Em um país onde vejo colegas extremamente competentes desempregados e uma previdência social que está quebrada, não sei se podemos nos dar ao luxo de levar a vida a passos de formiga. E sacrifícios são necessários para qualquer pessoa atingir qualquer objetivo.
Hoje estou cheia de reflexões, queria dividir um pouco com vocês...
Abs!
IFM
O que define seu crescimento patrimonial é o aporte. Isso é fato. É axioma! É postulado!
ResponderExcluirTem uma coisa bem interessante que o Bastter fala muito e faz todo o sentido: você não precisa ter ações. Você não precisar ter FII. Você não precisa ter RV. Você não é obrigado a nada!
O que você precisa é ter tranquilidade e discernimento pra respeitar seu individualismo em meio aos seus pares. E o que eu quero dizer com isso: é muito complicado e as vezes até frustrante você ver a carteira do colega de blogosfera que investe pesado em RV rentabilizar 30% no ano enquanto a sua que só tem RV fez 10%. E é nesse ponto que tem que focar e notar que é besteira ficar comparando rentabilidade. Muitas vezes é difícil ver o desempenho alheio e continuar tendo forças pra seguir com a estratégia.
Geralmente quando você foca em rentabilidade, em achar a oportunidade de ouro, acaba negligenciando o foco principal: aportar forte!
Eu invejo (invejinha boa!) a sua capacidade de aportes. :)
Se você não suporta as variações da RV, deixa de lado. Ou vai estudando aos pouquinhos, entra devagar, pega uma corretora de cobra corretagem bem baratinha. Começa comprando no fracionário e vê se isso é pra você.
Oi wannabe!
ExcluirÉ isso mesmo que estou fazendo. Comecei agora nesta montanha-russa e estou vendo se é pra mim. Acho que tudo é um aprendizado, um caminho. E estou começando nele agora...ao longo deste ano que não será fácil, terei passado por provas suficientes para ver se sigo nessa jornada ou volto para a RF... ;)
Obrigada e abs!
Legal a reflexão IFM,
ResponderExcluirMinha história de aportes é bem parecida com a sua, só não cheguei na parte dos maiores aportes rsrs Mas como você bem pontua, eu até hoje dei preferência a tranquilidade do que renda.
E quem fica na tranquilidade, não tem renda rsrs
Provavelmente ainda continuarei assim, apesar de estar me mexendo para ganhar mais. Sei que só assim atingirei a IF cedo.
Abraço!
rsrsrs é isso né inglês?
ExcluirNo meu caso, estou optando pela tranquilidade futura (que tenho fé que chegará) e passando uns perrengues para chegar, claro.
Abs!
Valeu pelo texto, para quem está começando é sempre bom ouvir que os mais experientes já tiveram seu início modesto!
ResponderExcluirAcho que todos (tirando políticos e filhos de chefe) normalmente começam por um início bem modesto né BP?
ExcluirVou buscar mais exemplos do passado para trazer, acho importante passar isso...
Muito boa a parte do texto sobre aporte, me vejo nisto também, hoje consigo aportar bem mais do que antes.
ResponderExcluirSobre a renda variável, se você continuar a acompanhar preço e cotação vai chegar um dia de circuit breaker na bolsa que você vai desesperar e vai vender no fundo. Cuidado.
Abraço
Sim VDC, acho que começamos o blog muito "tarde" e parece que nossa vida sempre foi assim...muito pelo contrário não é mesmo?
ExcluirSobre a RV, sei exatamente, eu curto muito ver como meu patrimonio está evoluindo e fazer essas checagens é natural, mas perigoso. Mas não vou vender nada não, aqui é LP!
Abs!
Concordo. Começar cedo é essencial a poupar, depois é estudar e trabalhar para ganhar ter cada vez mais valor de mercado para aumentar a sua renda e assim seus aportes.
ResponderExcluirAbraço e bons investimentos.
É isso DIL. Parece simples, mas dá um trabalho danado! hahahaha
ExcluirAbs!
A angústia de ver o patrimônio diminuir é compreensível. O ideal é nem olhar cotação. Se olhar, só uma vez por mês para fazer o fechamento.
ResponderExcluirImportante a reflexão:
Se nós sabemos que a renda variável varia (para baixo e para cima), por que acompanhamos o piscar do home broker?
Vamos vender se cair? Vamos comprar mais se subir?
Não e não. Vamos manter a estratégia que fora inicialmente traçada, certo?
Então pra que fazer esse monitoramento? Só para ficar ansioso e estressado?
Abraço e bons investimentos.
Oi Concursado,
ResponderExcluirProvocações ótimas. Concordo muito. Tem só um motivo para tudo isso: acompanhar a evolução patrimonial (e eu gosto de ver semanalmente e não somente 1x ao mês).
Uma mania besta de quem está com sangue nos olhos de ver os 7 dígitos na conta...
Abs e obrigada!
IFM, você está focando no preço e não no valor das suas ações e Fii. Nesses momentos você deve se perguntar: as empresas/empreendimentos nos quais eu invisto mudaram seus fundamentos (para pior)? Provavelmente, no curto prazo provavelmente não. Então isso é oscilação de curto prazo, a longo prazo as ações devem acompanhar seus fundamentos. Então é melhor desencanar :-)
ResponderExcluirEstou trabalhando nesse "desencanamento" Paulo, obrigada! ;)
ExcluirMuito bom o post. O concursado investidor chegou no ponto certo ao mencionar a estratégia que deve ser seguida. Tem que ter isso em mente para investir em RV. Tenha também um bom gerenciamento de risco, respeitei os seus stops e tal. Aos poucos vc vai se despreocupar com isso.
ResponderExcluirabs
Também acho que é uma questão de ter mais experiência no assunto Diogo...abs!
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